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Insígnia Associativa e Saudação Escotista

O aperto de mão escotista
Baden-Powel ao longo da sua vida conviveu com bastantes tribos em África, adoptando assim a maneira como se cumprimentavam os guerreiros de uma tribo na África do Sul. Os guerreiros carregavam o escudo na mão esquerda e a lança na mão direita, pousavam os escudos, única defesa, como sinal de confiança no outro. Estes guerreiros cumprimentavam-se com a mão esquerda pois era o lado do coração. Hoje em dia todos os escoteiros cumprimentam-se com a mão esquerda como sinal de confiança, e a lança foi substituída pela vara. Existe ainda um sinal que os escoteiros utilizam que é o cruzar o dedo mínimo.

 

A saudação escotista

A saudação escotista é um sinal de amizade utilizado mundialmente pelos escoteiros. A saudação executa-se com a mão direita, colocando o polegar sobre o mínimo e erguendo os outros dedos. Os dedos erguidos simbolizam os três artigos do compromisso de honra, o polegar sobre o mínimo simboliza o sentimento de protecção do escoteiro mais forte pelo escoteiro mais fraco e forma o elo de união e fraternidade entre todos os escoteiros.

 

A insígnia associativa

A flor de lis é a base de todas as associações de escoteiros, em cada país, acrescentam-lhe elementos que possam identificar facilmente de que país se trata. As pétalas superiores são os artigos do compromisso de honra. Na pétala do meio existe uma linha vertical que simboliza o Norte, o rumo certo, o bom caminho que deve orientar a tua vida. As estrelas nas pétalas laterais, mostram os olhos sempre atentos que o escoteiro deve ter. A anilha que prende as pétalas é o símbolo da fraternidade mundial entre os escoteiros. O escudo sobreposto à flor-de-lis é o escudo português, mostrando assim que é uma associação portuguesa. A insígnia tem ainda inscrita a divisa “Sempre Pronto” que é a divisa da A.E.P. O listão tem as pontas voltadas para cima, como o sorriso de um escoteiro porque ele cumpre o seu dever com um sorriso e boa vontade. Por último o nó que pende do listão serve para recordar a boa acção diária.

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Lei de Escoteiro

A cada artigo da Lei do Escoteiro corresponde um ou mais valores, que formam o conjunto dos valores Escotistas, a que o Escoteiro aceita livremente aderir. Sendo esses artigos:

 

O Escoteiro é verdadeiro e a sua palavra é sagrada

  • É alguém em quem se pode confiar.
  • Opta sempre por mostrar os factos.

O Escoteiro é leal

  • É honrado consigo mesmo, mantendo as suas ideias e objectivos mesmo nos momentos de dificuldade.
  • Não trai a confiança do próximo.
  • Conhece e respeita as pessoas da sua envolvente e defende os compromissos que faz.

O Escoteiro é prestável

  • Está sempre disponível e pronto a ajudar mesmo que sua ajuda não seja pedida.
  • Luta por um mundo mais justo para todos, assumindo um papel activo.

O Escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais Escoteiros

  • É solidário, sendo capaz de se colocar na situação dos outros.
  • Respeita os outros e aceita as diferenças.
  • Partilha o que é seu com os outros e pensa também nos outros antes de tomar decisões.

O Escoteiro é cortês

  • É educado e tenta criar um clima agradável ao seu redor.
  • É amável.

O Escoteiro é respeitador e protector da Natureza

  • Conhece e descobre a Natureza.
  • Convive com a Natureza sem a destruir e descobre como adaptar-se.
  • Compromete-se em proteger a Natureza.

O Escoteiro é responsável e disciplinado

  • Assume que é necessária a existência de regras e demonstra facilidade em cumpri-las.
  • Participa no estabelecimento de regras e compromete-se com elas.
  • Assume os seus compromissos em cada momento, finalizando as tarefas a que se propõe.

O Escoteiro é alegre e sorri perante as dificuldades

  • Encara as dificuldade de forma positiva e optimista.
  • Não deixa que os problemas o deitem a baixo.

O Escoteiro é económico, sóbrio e respeitador dos bens dos outros.

  • Poupa e utiliza de forma responsável os seus recursos.
  • Não é consumista.
  • Trata dos bens dos outros tal como trataria dos seus.

O Escoteiro é integro nos seus pensamentos, palavras e acções.

  • É correcto nos pensamentos, palavras e acções.

 

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Código de Campo da A.E.P.

Sê cortês

  • Cumprimenta todas as pessoas que encontra no campo.
  • É afável para com os habitantes das regiões que visita.

Respeita o trabalho dos agricultores

  • Não mexe nas colheitas, sementes, plantações, lenha e maquinaria.
  • Não toca nos animais a não ser que tenha permissão para o fazer e não espanta rebanhos.

Respeita propriedade alheia

  • Não acampa sem pedir autorização.
  • Mantém-se em caminhos públicos quando atravessa os campos e as quintas.
  • Obtém a permissão para fazer fogueira e é cuidadoso para não prejudicar o espaço.
  • Utiliza os portões ou cancelas para atravessar vedações, sebes, muros e fecha após utilização.

Protege os animais e as plantas

  • Não captura nem prende os animais que possa encontrar e não mexe nos seus ninhos ou tocas.
  • Não arranca plantas nem parte os ramos das árvores.

Respeita os sons da natureza

  • Não faz barulho desnecessário;
  • Não leva para campo aparelhos de som.

Ajuda a manter toda a água limpa

  • Não suja os pontos de água (nascentes, ribeiros, fontes, etc).

Tem o máximo cuidado com o fogo

  • Toma todas as precauções para evitar um risco de incêndio.

Deixa tudo limpo

  • Deixa qualquer local mais limpo que o encontrou.

 

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História de Baden Powell e do Escotismo

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Robert Stephenson Smith Baden-Powell nasceu em Londres a 22 de Fevereiro de 1857. Filho de um professor de Oxford e de uma filha de um almirante, B.P. teve seis irmãos com quem levou uma infância de vida ao ar livre. O seu pai faleceu quando B.P. tinha apenas três anos de idade, pelo que a família lutou com algumas dificuldades, mas o amor entre todos ajudou a superar.

Aos 13 anos entrou para a escola da Cartuxa com uma bolsa de estudos. Apesar de não ter sido um aluno brilhante, distinguiu-se de outras formas. Era muito participativo e animado no recreio, as suas habilidades dramáticas e humorísticas eram apreciadas em toda a escola. Além disso, foi um habilidoso guarda-redes da equipa de futebol da escola. O seu jeito para a música e desenho também se manifestou, e hoje, muitas das ilustrações que existem sobre o escotismo foram feitas pelo próprio B.P.

Aos 19 anos terminou os seus estudos e imediatamente ingressou no exército. Foi para Índia como alferes para a Guerra da Crimeia. A sua bravura e desempenho militar valeram-lhe atingir o posto de capitão aos 26 anos.

Em 1887 B.P. ruma a África para tomar parte na guerra contra os Zulus, e mais tarde contra os Achantis e Matabeles. A sua habilidade e perícia eram conhecidas entre os indígenas, o que lhe valeu o nome de “Impisa”, “o Lobo que não dorme”.

Em 1899, a antiga cidade africana da Rodésia foi cercada pelos Boers. Durante esse tempo, B.P. observou como os rapazes desempenhavam habilmente pequenas tarefas, enquanto os adultos combatiam. ,O Cerco de Mafeking durou 217 dias até à chegada de reforços a 18 de Maio de 1900.

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Em 1901, então com 44 anos, regressa a Inglaterra para ser recebido como herói. Além disso, descobre espantado que o seu livro “Aids to Scouting”, que tinha escrito para o exército, estava a ter grande sucesso nas escolas masculinas. B.P. viu nisto uma excelente oportunidade para ajudar os rapazes do seu país a desenvolverem-se e então decidiu escrever um outro livro sobre exploração, mas desta vez destinado aos próprios rapazes.

Com toda a sua experiência e com base em livros que foi lendo, foi a pouco e pouco desenvolvendo a ideia do escotismo, e para a experimentar resolveu no verão de 1907 levar um grupo de 20 rapazes para a Ilha de Brownsea. Este foi o primeiro acampamento escotista de sempre, B.P. publicou em seis fascículos quinzenais o seu manual “Scouting for Boys”, sem nunca imaginar que pouco tempo depois começariam a surgir as primeiras patrulhas de escoteiros em Inglaterra e muitos outros países. Por isso, e também por o escotismo ter já atingido uma grande dimensão, decide abandonar o exército em 1910 e dedicar-se à obra da sua vida.

Em 1912 começa uma viagem para visitar escoteiros de outros países. Foi o início da fraternidade mundial dos escoteiros, que seria travada durante algum tempo devido à primeira grande guerra. Ainda nesse ano, B.P. casa com Olave Soames, aquela que viria a ser a Chefe Mundial das Guias, e com quem teve três filhos.

Em 1920 realiza-se em Londres o primeiro Jamboree Mundial, com escoteiros vindos de todas as partes do mundo. Nesse encontro, B.P., então com 63 anos, foi aclamado por todos os seus escoteiros como Escoteiro Chefe Mundial.

No Jamboree de 1929, realizado para celebrar os 21 anos da publicação do “Escotismo para rapazes”, B.P. recebe do Príncipe de Gales o título de Lord Baden-Powell of Gilwell. Durante a sua vida B.P. escreveu e ilustrou mais de 32 livros, recebeu graus honorários de diversas universidades, diversas condecorações de cidades e de Ordens estrangeiras, além de inúmeras condecorações escotistas.

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Aos 80 anos B.P. regressa a África, terra do seu coração, na companhia da sua esposa. Fixa-se no Quénia, onde, apesar da sua saúde, escreve ainda alguns textos.

No dia 8 de Janeiro de 1941, B.P. falece com 83 anos. A sua vida dedicou-a aos jovens, através do escotismo, e por isso lhe estaremos eternamente gratos.

 

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